Segundo o Ministério da Saúde, a doença mata 400 mil brasileiros por ano
Dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes. Mais de 150 países vão realizar ações para chamar atenção para esta doença que já alcançou níveis epidêmicos no planeta. Existem, em todo o mundo, pelo menos 245 milhões de pessoas portadoras de diabetes. Segundo especalistas, até 2025 esse número deve chegar a 380 milhões. Só no Brasil, o problema atinge 7% da população de 30 e 79 anos.
Mas esta não é uma doença exclusiva de pessoas maduras. Pode aparecer em qualquer idade, até mesmo na infância: cerca de 500 mil crianças com menos de 15 anos têm diabetes tipo 1. Se não for tratado adequadamente, com os devidos cuidados especiais que exige, o diabetes pode apresentar diversas complicações e levar à morte. O quadro é grave: são quase quatro milhões de diabéticos que morrem, a cada ano, em consequência dessas complicações.
Mas, afinal, o que é o diabetes? O endocrinologista Antonio Carlos Lerário, membro da Sociedade Brasileira de Diabetes, explica: "É uma condição patológica caracterizada pela incapacidade do organismo de manter o nível da glicose sangüínea em níveis normais. Como consequência, ocorre a hiperglicemia, ou seja, a elevação das taxas de glicose sanguínea, que é tremendamente prejudicial à saúde". Por prejudicial entenda-se não só o fato de a doença ser a fonte de uma série de complicações orgânicas, como enfarte, alterações vasculares cerebrais e periféricas ou insuficiência renal. Também é responsável, principalmente entre pacientes que não utilizam a insulina, por estado de coma e morte.
Existem três tipos de diabetes: o tipo 1, o tipo 2 e o diabetes gestacional. Cada um tem suas peculiaridades e precisa ser tratado com muita atenção. Veja o que você precisa saber sobre eles.
O tipo 1 - PARTICULARMENTE O TIPO DE MINHA DIABETESEsse diabetes é resultado da destruição - por engano - de células produtoras de insulina, em uma espécie de resposta autoimune. Isso ocorre porque o organismo acha que elas são corpos estranhos. Mas esta não é uma reação exclusiva do diabetes, acontece também em doenças da tireóide, lúpus e esclerose múltipla, por exemplo. Embora os pesquisadores ainda não saibam porque ocorre, já foram identificados alguns fatores que colaboram no aparecimento da doença, como os anticorpos, os radicais livres presentes no ar poluído das grandes cidades, alguns tipos de vírus e, claro, a genética. Se você tem parentes próximos, como pais ou avós com diabetes, é uma séria candidata a apresentar a doença.
Para tratar o tipo 1, é preciso enfrentar aplicações diárias de insulina e adotar para o resto da vida a dupla dinâmica: atividades físicas com alimentação saudável. É o médico quem determina a quantidade de insulina a ser aplicada, pois ela depende do índice glicêmico (de açúcar no sangue) do paciente. Enquanto isso, a dieta e os exercícios ajudam na redução dos níveis de açúcar, fazendo com que diminua também a necessidade de insulina. Ainda assim, é preciso fazer, em casa, a automonitorização, que consiste em testes rápidos de avaliação dos níveis de glicose no sangue e na urina.
O tipo 2A hereditariedade tem forte papel no aparecimento desse tipo de diabetes, que costuma aparecer mais freqüentemente após os 40 anos. Mas a doença também tem um forte vínculo com a obesidade e o sedentarismo: entre 60% e 90% dos diabéticos, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Diabetes, é possível encontrar obesos. E esta é uma doença que acomete cerca de 8 a 10 vezes mais pessoas do que o diabetes tipo 1. No tipo 2, o que acontece é uma produção extra de insulina pelo pâncreas. E as células musculares e adiposas, que deveriam absorvê-la, não conseguem realizar o metabolismo da glicose que circula na corrente sangüínea.
Em geral, o tratamento se resume à combinação de exercícios e dieta equilibrada. Porém, algumas pessoas acabam precisando do tratamento com insulina e outros medicamentos orais. Para monitorar a doença, é preciso passar por uma avaliação médica a cada três ou quatro meses. O médico costuma recomendar a realização de alguns exames, que medem não só a glicose no sangue, como também os níveis de colesterol e triglicerídeos. Em casa, é feita a mesma automonitorização indicada ao tipo 1.
Pé diabéticoSe existe uma complicação muito comum da doença, esta é o pé diabético. Por demandar muitos cuidados, é a causa mais freqüente de internação: 25% dos pacientes diabéticos vão para o hospital por este motivo. O que acontece é que o pé pode começar a sofrer alterações nos nervos periféricos, por causa do mau fluxo sangüíneo, provocando perda de sensibilidade e a formação de feridas que infeccionam, dificilmente cicatrizam e podem até levar à gangrena. Só para se ter uma idéia, um paciente com pé diabético perde tanta sensibilidade na região que nem sente quando machuca ou corta os pés.
Os sintomas aparecem de forma lenta. Pode fazer com que a pessoa sinta "agulhadas" nos pés, sensação de dormência ou queimação, choque ou todos eles juntos. E o probabilidade de apresentar a neuropatia (que provoca a perda gradual da função dos nervos devido à doença) aumenta à medida que a pessoa for ficando mais velha - quanto mais tempo de diabetes, maiores as chances. Os pés não são os únicos que sofrem. A neuropatia pode atingir tornozelos, pernas e mãos, porém é mais freqüente nos pés. O tratamento das infecções e feridas é muito importante, assim como a adoção de medidas, recomendadas pelo médico, para aumentar a circulação sangüínea.
Quem tem diabetes tipo 1, ou seja, níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue, apresenta variados sintomas. Perda de peso não-justificada, sede e fome exageradas, fraqueza, visão embaçada, vontade de fazer xixi diversas vezes, feridas que demoram a cicatrizar, repetidas infecções na pele ou nas mucosas, dores nas pernas causadas pela má circulação e um cansaço inexplicável. Já quem tem o tipo 2, na maioria das vezes, nem apresenta sintomas e acaba levando vários meses, ou até anos, para descobrir que tem a doença. Quando há sintomas, eles são ligeiramente vagos. Em geral, ocorre formigamento nas mãos e nos pés, visão embaçada, alta frequência de infecções, e furunculose.
Porém, para ter certeza de que os sinais são mesmo de diabetes, é preciso consultar um médico, que vai fazer o diagnóstico correto. Se existe tendência ao desenvolvimento da doença, isso precisa ser feito o mais rápido possível, porque é preciso ficar atento. "Na fase inicial, pode não haver manifestação de sintomas. Nos casos mais graves, geralmente no diabetes tipo 1, poderá ocorrer a desidratação, confusão mental, coma e morte", alerta o médico.
Como descobrir e tratar
A descoberta da doença, segundo o Dr. Lerario, é feita através da determinação da glicemia, ou seja, da glicose presente no sangue. Outros exames, como a medida da hemoglobina glicada e da presença de glicose na urina complementam a avaliação diagnóstica e auxiliam na escolha da estratégia terapêutica. Já o tratamento se baseia no incentivo à perda ou à manutenção do peso corporal, na adoção de dietas e exercício físico, no uso de comprimidos que reduzem a glicemia (antidiabéticos orais) e no tratamento com insulina diária. "O tratamento dietético é fundamental em todas as fases da doença, para melhorar o controle glicêmico e a dislipidemia. Já o exercício físico auxilia na redução do peso e na redução da glicemia, por aumentar o consumo sangüíneo de glicose. Colabora, também, na redução do colesterol, dos triglicérides e da pressão arterial", comenta o endocrinologista. Em crianças e idosos, segundo ele, o controle do diabetes é mais complexo e exige maior atenção.
Qualidade de vida
Pacientes diabéticos podem ter uma vida normal, apesar de uma série de restrições alimentares. É preciso modificar toda a rotina e criar hábitos que ajudem a manter a doença sob controle. Atividades físicas, por exemplo, ajudam a prevenir a hipertensão e o colesterol, a reduzir os níveis de glicose e melhorar a ação da insulina. Basta seguir as orientações do seu médico. Lerário aponta algumas dicas: "Evitar ganho ou reduzir o peso corporal, especialmente a obesidade abdominal, fazer exercícios físicos e se alimentar de forma adequada auxiliam bastante. Quando indicado, deve-se utilizar a medicação prescrita de forma disciplinada e participar ativamente do tratamento, fazendo o controle sistemático da sua glicemia. Assim, é possível manter o diabetes sempre sob controle", afirma.
fonte: bolsademulher.com/dia-mundial-do-diabetes
Meu depoimento: Sou diabética há cerca de 29 anos, nasci com esta maldita doença instalada em meu sistema imunológico.
Infelizmente passou bocados por ter esta doença e pessoas ditas da área da saúde não saberem lidar com este fato.
Se doente, minha glicose sobe, fazendo com que eu tenha excessos de uma simples gripe, podendo a qualquer descuido pequeno de minha parte virar em uma pneumonia e até tberculose, causando quase a morte se chegar a este ponto.
Exercícios são ótimos, mas tanto o adulto quanto a criança diabética, com resfriados ou outras doenças, deve ficar quieto, pois, o estress provocado pelo cansaço muscular aumenta os índices glicêmicos, são aconselhados neste período somente repouso e algumas caminhadas para arejar a mente.
Fica aqui meu relato para que as pessoas que não entendem ou acham que entendem tudo que, diabéticos não são deficientes físicos e por isso precisamos mais atenção ainda das pessoas. Compreensão conosco é fundamental para evitarmos estress e excessos de glicose.
DIABETES MATA, ACEITE OS DIABETES E NÃO SEJA DISCRIMINATÓRIO QUANTO A DOENÇA, UM DIA VOCÊ PODE FICAR DIABÉTICO TAMBÉM!!!
Até pessoal
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2 comentários:
Parabéns colega! É fundamental que nós, da área da saúde, nos preocupemos em conscientizar as pessoas sobre doenças, principalmente como o diabetes, que quando não é congênita, pode ser desencadeada por decorrência dos maus hábitos. Devemos mostrar pras pessoas que uma alimentação saudável e a prática regular de esportes é fundamental para evitar problemas futuros ou para melhorar a qualidade de vida de quem já foi acometido por alguma desordem.
Valmor Junior
Oie Katia,
só não sabe do assunto quem não quer né?
Fizeste uma ampla explicação do assunto aqui.
:-)
Parabéns pelo blog, está ótimo.
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